Quando somos crianças, vemos a vida com outros olhos. Porque ainda não possuímos muitos dos véus de ilusão que a gente adquire na fase adulta, ao longo da nossa jornada. Então, essa nossa parte criança, que fala com os anjos, com amigos imaginários, que tem esperança, que tem fé, que sabe viver no presente, ela existe dentro de nós.

À medida que a gente vai crescendo, convivendo com o sistema, que vai absorvendo as crenças dos outros, vamos nos desconectando dessa forma de enxergar a vida. Ou seja, vamos nos afastando da nossa essência divina, de quem somos de verdade. A criança interior é um ser puro, que vive o aqui e o agora, e que ainda não foi minado de crenças.

Mas a vida é feita de experiências e quando sofremos algum trauma físico ou emocional, uma parte nossa fica fragmentada no tempo revivendo aquela situação, enquanto o resto cresce. Se essa cena traumática foi de abandono, de rejeição, enfim, qualquer sofrimento, mantém ela presa àquela vibração.

Mesmo que aos nossos olhos, a gente ache que a nossa infância foi maravilhosa, é importante entender que criança não tem discernimento. A criança apenas sente. Nossos pais podem ter lidado com a situação da melhor forma, mas criança não entende a lógica do adulto. Isso é até uma questão de imaturidade neurológica, mas que reverbera no emocional e se reflete na nossa vida adulta. E mais adiante vou falar como a criança ferida se manifesta.

Com amor, Cris.

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