Como vai a sua criança interior?

Sabe aquelas atitudes que você geralmente tem mas que, em algum nível de consciência, sabe que são desnecessárias e que te prejudicam? Mesmo assim, por mais que você esteja ciente do que está fazendo, e de que deveria mudar, você continua cometendo tais atitudes e reagindo da mesma forma. Por vezes, pensamentos sombrios sobre você mesma costumam te perturbar, e não é que você não tente eliminá-los: é só que, vez ou outra, eles resolvem aparecer e pairar na sua mente… estranho, não é?

Vou te contar uma coisa que talvez você não saiba, mas esses padrões e repetições aparentemente incontroláveis, na maioria das vezes, não são causadas por você, na sua forma atual e adulta. Se não é você… então quem é? Sua ou suas crianças interiores. Sim. Talvez você até já tenha ouvido falar sobre “criança interior” mas nunca soube realmente o que isso significava. Eis a chance de descobrir.

Por mais que você tenha tido uma família amorosa, pais maravilhosos e uma infância regada de amor e boas lembranças, o fato é que a criança não tem noção e percepção de algumas emoções, ou seja, ela apenas sente e quando chega uma situação que a leva ao ápice do sentir, uma parte dessa criança fica vibrando naquela emoção como se estivesse no “repeat” e outra parte continua a crescer. É como se houvesse uma separação. Vou explicar melhor dando um exemplo logo mais.

Quando você era criança, seus pais sempre comparavam você com a sua irmã (o) ou com as filhas (os) do vizinho ou sempre te cobravam para tirar a melhor nota, ser a melhor aluna, e por aí vai… (não vamos entrar no mérito dos pais, sabemos que eles fazem aquilo que consideram o melhor para seus filhos, com a consciência que possuem, vamos focar apenas na emoção da criança). A criança na sua forma de sentir e entender as coisas, começa a acreditar que nada que ela faz é bom o suficiente, que se ela não for sempre “a melhor” em tudo (isso é impossível) não será amada e admirada pelas pessoas com as quais ela mais se importa: os próprios pais.
Essa criança ferida fica pulsando, vibrando, revivendo esse sentimento de “nunca serei boa o suficiente”, parada num fragmento do tempo e espaço. Então ela cresce com uma insatisfação pessoal, uma cobrança ditadora em tudo que faz e inclusive leva isso para relacionamentos amorosos, atraindo relações que a façam relembrar a todo momento essa necessidade de provar seu valor. Te parece familiar? Pois é. Sempre que você vive uma situação que “estarta” a emoção do que viveu na infância, quem toma a frente na atitude não é você adulto, consciente e sim a sua criança, que está repetidamente vivendo aquela situação.

E como podemos mudar isso?

Você pode, por exemplo, quando for deitar ou meditar, naquele momento que é só seu falar ou mentalizar “Oi “fulana”, me perdoe por eu não saber da sua existência durante todos esses anos, mas agora eu sei e estou aqui para lhe dar tudo que você precisa… amor, segurança, colo, aceitação etc…”. Abra-se para a conexão com a criança que você foi, e verá que aos poucos surgirão lembranças da sua infância e de como você se sentiu. É aí que a autocura começa a acontecer.

Não tenha medo: entre em contato com a sua criança, pois há muito tempo ela espera ser vista, ouvida, honrada e acolhida.

Um adulto feliz é uma criança curada.

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